quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Apenas Um.

Apenas Um.

Mario Waddington

Como posso entender

Se o imediatismo está em nós arraigado,

Protegido por um sentimento de eternidade

Que nos faz esquecer a transitoriedade da vida.

Por ser tudo efêmero,

Então por que insistimos perder tanto tempo?

O que a nossa alma verdadeiramente clama,

Para poder alcançar o infinito?

Escuto pessoas falarem,

Mas não consigo entendê-las,

Percebo intenções irrelevantes, repetidas,

Sem nenhum desejo evolutivo.

Volto meus olhos para o mar

E me assusto com o seu fim,

Sem me lembrar do círculo da Terra,

Aceitando a continuidade da viagem ou de repeti-la.

Aquieto-me,

Não existem os monstros que possam naufragar o desejo de ser,

De fazer, de construir, de crer.

Por que me enganar com a forma,

Se a matéria é desejo do medo, da ilusão?

É fraqueza temporária, atrelada ao tempo.

Escuto os pássaros, sinto o vento.

O que mais quero senão a liberdade do vôo,

Para descobrir a essência de Deus?

Quem sou eu?

Apenas um raio de luz,

Que na escuridão da ignorância

Tenta existir na coesão universal

Do amor.

Apenas Um.