Apenas Um.
Mario Waddington
Como posso entender
Se o imediatismo está em nós arraigado,
Protegido por um sentimento de eternidade
Que nos faz esquecer a transitoriedade da vida.
Por ser tudo efêmero,
Então por que insistimos perder tanto tempo?
O que a nossa alma verdadeiramente clama,
Para poder alcançar o infinito?
Escuto pessoas falarem,
Mas não consigo entendê-las,
Percebo intenções irrelevantes, repetidas,
Sem nenhum desejo evolutivo.
Volto meus olhos para o mar
E me assusto com o seu fim,
Sem me lembrar do círculo da Terra,
Aceitando a continuidade da viagem ou de repeti-la.
Aquieto-me,
Não existem os monstros que possam naufragar o desejo de ser,
De fazer, de construir, de crer.
Por que me enganar com a forma,
Se a matéria é desejo do medo, da ilusão?
É fraqueza temporária, atrelada ao tempo.
Escuto os pássaros, sinto o vento.
O que mais quero senão a liberdade do vôo,
Para descobrir a essência de Deus?
Quem sou eu?
Apenas um raio de luz,
Que na escuridão da ignorância
Tenta existir na coesão universal
Do amor.
Apenas Um.