sexta-feira, 11 de maio de 2012

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Filosofia de vida em poucas linhas

Realmente, sem nenhuma dúvida, a vida é muito simples. Contudo, a estrada que seguimos sempre é repleta de obstáculos, que se tornam transponíveis à medida que conseguimos vence-los, sem medo. O maior insucesso, no entanto, é passar pela vida sem nunca ter nada realizado, vivendo somente para si mesmo, num cotidiano simplório. E o maior sucesso é ter conseguido voar com a liberdade de seus pensamentos e ideias, ter entendido o seu verdadeiro significado nesta vida, e aprendido o verbo amar na sua mais perfeita forma, sem as ilusões das limitações da matéria.
Nascer, morrer, renascer, esta é a Lei.
Transformação é a única meta.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Filho da Terra

Mario Waddington

Chego à baixada,
Abro as janelas do carro,
Fico espantado com o calor.
Nem parece que alguns minutos atrás
Estava sentindo frio.
Acabei de descer a serra de Friburgo.
Lindas montanhas, cheiro de mato, frescor de águas de nascentes.
Neblina ensaiando fantasias, pedras negras banhadas pelos córregos,
Com suas samambaias, avencas e musgos.
Silêncio. Entendi que até o vento tem o seu tempo.
Um pássaro voa, o sol brilha, as nuvens brancas emolduram o azul celeste.
Tudo é cor!
Lembro-me da fonte em que me abasteci de água pura.
Lavei meu rosto, bebi fartamente aquele líquido brilhoso, generoso.
Sentei-me à relva e agradeci a bondade de Exum.
Senti o vento no rosto e nos cabelos.
Olhei para a água que escorria a barulhar, como uma conversa sem fim.
Olhei a estrada,
Alguns caminhoneiros acenavam-me desejando um bom dia.
Correspondia oferecendo um gole, sentia-me criança, aventureiro, livre.
Agora de novo na estrada, o calor era sufocante.
As montanhas agora distantes, com certeza me olhavam e me perguntavam: aonde vais?
Carros passavam velozes, necessitava de atenção. Agora só retas e poucas curvas.
Placas indicando direções alertavam: perigo, atenção, bem-vindo, cuidado, limite de velocidade.
Caminhoneiros passavam indiferentes, olhando, como todos, para frente.
Desejo de chegar, de me livrar, de alcançar um ponto final.
Congestionamento! Obras na estrada? Colisão? Blitz? Deixa prá lá!
Ligo o rádio e escuto músicas xamãnicas.
Minhas lembranças retornam às montanhas e sinto as suas águas frias, o aroma de suas florestas.
Entendo que sou um filho da Terra,
Caminhando por uma longa estrada,
Cujo tempo, só o vento poderá dizer.
(05/05/2010)